sexta-feira, junho 09, 2006

A Lista de Schindler, de Steven Spielberg (1993)

Olá a todos!
Tudo bem? Espero que sim!

Só peço uma coisinha, besteira, mas peço humildemente:
Na quarta (sim, postei atrasado), publiquei meu texto no Escrevinhadores, sobre futebol (o tema fui eu quem escolheu esse mês - me desculpem, não pude fugir do clichê), e gostaria que comentassem. Basta clicar aqui.

Bem, hoje, o comentário de um dos melhores filmes do mestre Spielberg, "A Lista de Schindler". Leiam, comentem e concordem (ou discordem)!


***
A LISTA DE SCHINDLER
(Schindler’s List, 1993)




Nada do que um clássico para esquentar certas noites frias de inverno e arrebanhar novamente velhos corações. Quando do lançamento de “A Lista de Schindler”, em 1993, eu ainda estava no alto (ou seria baixo?) dos meus 7 anos de idade, mal sabia que o mundo já estivera em guerra, não conseguia falar o nome de Adolf Hitler sem que todos no recinto dessem gargalhadas altíssimas, mas já sabia, e de cor, quem era Steven Spielberg e começava a desconfiar das coisas que ele era capaz de fazer. Sem brincadeira, é verdade.

No filme, Oskar Schindler (interpretado com grande maestria pelo ator Liam Neeson) é um incessante bajulador dos poderosos, membro do Partido Nazista, um típico empreendedor aproveitador da época, e que se costuma chamar agora de “empresário-carrapato” (vive na cola daqueles que detém o poder para conseguir favores para benefício de sua empresa). Um bom-vivant, que se aproveita da recém iniciada Segunda Guerra Mundial para aumentar os seus negócios. Para tanto, chama Itzak Stern (o excepcional Bem Kingsley), um contador judeu que está desempregado por causa da resolução do Terceiro Reitch, que mandou todos os judeus para o Gueto de Varsóvia e retirou todas as fortunas, bens e empregos da população judia. Schindler vê aí então uma possibilidade de fazer crescer os seus negócios, resolve convocar os (literalmente) pobres judeus para trabalharem em sua fábrica, ao mesmo tempo em que mantém uma amizade com o novo regente local, o temido e cruel Amon Goeth (Ralph Fiennes, irreconhecível). Mas a convivência com os sofridos judeus faz com que Schindler, com a ajuda de Stern, cometa um dos maiores atos de bravura, coragem e heroísmo que se tem noticia na Alemanha da época de Hitler.

Esplendidamente dirigido por Spielberg, esse filme em preto-e-branco retrata com fidelidade o horror da Segunda Guerra Mundial, a carnificina desmedida que Adolf Hitler apregoou durante todo o seu governo nazista. Os assassinatos a sangue-frio mostrados no filme chocam, mesmo àqueles que já viram o filme várias vezes, por conta do seu realismo chocante.A fotografia de Janusz Kaminski, sempre competente, aqui se supera. A cena da menina do casaco vermelho é simplesmente inesquecível. E, sinceramente, sem palavras para o sempre genial John Williams, que aqui compôs uma trilha emocionante, ao mesmo tempo dolorosa, executada ao violino pelo mestre Itzak Pearlman. O filme é um tanto longo, sim senhor, mas cada minuto em frente a TV é compensador.

O roteiro de Steve Zaillan vai fundo na dor e na angústia do povo judeu, que foi humilhado e massacrado pelo exército do [assim chamado] Eixo do Mal no período entre 1939 e 1945. Ao tempo em que mostra como Schindler, um homem influente dentro do Partido Nazista, amigo de generais exterminadores, passa a sentir compaixão pelos funcionários de sua fábrica, o que o leva a tomar a decisão de montar a famosa lista. Méritos para o roteiro, mas também para as atuações de Neeson, Kingsley e Fiennes. O filme teve doze indicações ao Oscar, levando sete (venceu em Direção de Arte, Cinematografia, Direção, Edição, Musica, Roteiro e Filme – perdeu os prêmios de Ator [Leeson], Coadjuvante [Fiennes], Figurino, Maquiagem e Som)

Confesso que tentei achar falhas e erros no filme, mas felizmente não consegui. Pode ser que você, que está lendo esse texto agora e tenha visto o filme tenha achado, mas eu não consegui e me dou por feliz, pois “A Lista de Schindler” tem status de obra de arte. Realmente, uma obra de arte, que deu a Steven Spielberg o seu primeiro Oscar de Direção (convenhamos: ele merecia ter ganho uns dois outros antes desse, merecido também) e o primeiro filme dirigido por ele a levar a estatueta de Filme.

Revi esse filme numa noite fria de junho. Foram três horas em que me senti no meio daquela gente, sofrendo e vivenciando os seus sofrimentos, mas ainda assim tendo um fio de esperança que apareceu na forma de um homem que jogou toda a sua fortuna e sua reputação para o alto em nome da piedade.

Uma história infalível, um diretor inspirado, um filme genial e um espectador fascinado.


Uma nota?
10 / 10
***
Pessoal, aqui me despeço! Desculpem se estou meio atarefado, não é minha intenção ficar longe por muito tempo. Aguardem novidades. ^^
Até breve!
O Editor, ouvindo Heroes, de Queen (with David Bowie in Freddie Mercury Tribute Concert)

14 Comments:

Blogger Gustavo H.R. said...

Luiz Henrique, que maravilhosa análise! Esse é simplesmente o melhor filme que eu vi na vida, uma obra de arte insuperável, eterna e inesquecível. E ainda há gente que chama Spielberg de farsante...

Cumps.

junho 10, 2006 10:33 AM  
Anonymous Anônimo said...

Luiz Henrique, estou comprando aos poucos todos os filmes do mestre Spielberg em DVD, pois sou fã incondicional do cinema deste grande gênio. O motivo que me fez querer comprar toda a filmografia do diretor (e estou certo de que conseguirei!) foram os filmes A Lista de Schindler e o magistral Contatos Imediatos do Terceiro Grau. Spielberg fez com que eu amadurecesse meu gosto por cinema e minhas opiniões acerca da vida. Fico me perguntando o que será da sétima arte no dia em que este mago se aposentar! Abraços do crítico da caverna.

junho 10, 2006 1:44 PM  
Anonymous Anônimo said...

Não vai ficar longe, mesmo! Quarta é seu dia no QG!
Quanto ao filme... confesso... nunca o assisti por inteiro... me dá náuseas vê-lo... é muito forte pra minha pessoinha...
Grande abraço!

junho 10, 2006 8:01 PM  
Anonymous Anônimo said...

Olá, Luiz!

Não, não h´erros nesse filme, e para mim é um dos mlhores já produzidos, principalemnte pela forma esperençosa que deu da guerra, não a vendo apenas como a desgraça do mundo.

Um abraço e bom fim de semana

junho 10, 2006 9:47 PM  
Blogger Marco said...

Grande Luiz,
Uma bela lembrança, com certeza. Embora eu considere Encurralado como o melhor filme de Spielberg (e um dos melhores de todos os tempos), considero o Oscar por Lista de Schindler como muito bem entregue. Você tem razão: ele já podia ter recebido o careca há mais tempo. Não consigo entender como A Cor Púrpura não arrumou nenhuma estatueta. Um abração!

junho 11, 2006 12:42 PM  
Anonymous Anônimo said...

Cara , vou ser sincero contigo que não consegui até hoje assistir esse filme. Mas acho que desse ano não escapa!

Um abraço!

junho 11, 2006 5:50 PM  
Blogger Luma Rosa said...

Todos os elogios a esse filme são bem vindos e faço minhas as palavras do Sérgio. Vou revê-lo porque faz bastante tempo que vi.
boa semana! Beijus

junho 11, 2006 7:36 PM  
Anonymous Anônimo said...

ADORO ESSE FILME...
ééé... primeiramente.. oi como vai? (clichês...rs)
mas esse filme é maravilhoso... defeitos??..puff...
bom é isso, me deu ate vontade de ver novamente...
vou aluga-lo...
beijos

junho 12, 2006 10:46 AM  
Blogger i said...

Cara, acho que esse é o último grande filme do Spielberg. Depois disso, ele desaprendeu a fazer cinema. Mais um motivo pra gente saborear, até com uma certa saudade.

junho 12, 2006 5:12 PM  
Anonymous Anônimo said...

Olá, Luiz!!

E aí, gostou do jogo ontem??

Um abraço

junho 14, 2006 2:14 PM  
Anonymous Anônimo said...

Oi Luiz, td bem? Sempre ótimas suas críticas! Tenha um ótimo feriado, abraços.

junho 14, 2006 8:20 PM  
Anonymous Anônimo said...

A Lista de Schindler é tudo. Fantástico. Viva.

E só uma pequena correção: Heroes é de Bowie.

junho 15, 2006 9:25 AM  
Anonymous Anônimo said...

Eu assisti ao filme e acredito que Schindler era um homem:sedutor,aproveitador e apesar de tudo sabia fazer negócios de porte muito bom...também salvou muitas vidas de judeus...e com isso tornou um mundo melhor antes de morrer

setembro 03, 2006 9:39 AM  
Anonymous Anônimo said...

A cena da menina do casaco vermelho, é realmente, inesquecível...mas sinceramente...continuo sem obter um significado concreto acerca da mesma...é uma cena muito subjectiva...
Quanto ao resto, obviamente, concordo! O filme é fascinante!

maio 07, 2007 2:06 PM  

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