segunda-feira, fevereiro 13, 2006

Terra dos Mortos, de George A. Romero (2005)


Olá!
Tudo bem com todos? Espero que sim!

Pois eu melhorei. Tava meio depressivo, sabe... problemas todos têm, fazer o que... ninguém consegue viver sem ter um ou dois problemas para resolver diariamente. O meu problema é que cada vez que resolvo um, aparecem outros dez, derivados desse que eu acabo de resolver. E assim, vou tocando a vida. Humildemente.

E antes de mais nada, me resta implorar que passem também no blog Escrevinhadores. A crônica dessa semana é minha e está sob o tema: o relacionamento humano, o modo que as pessoas vêem as outras pessoas, os preconceitos. A opinião de todos é muito importante para mim, se puderem comentem lá, se não puderem pelo menos me avisem de alguma forma sobre o que acharam. Sabem como é... quem escreve é inseguro quanto aquele que lê, e precisa da opinião deles para poder saber como desenvolver seu trabalho. É o que acontece comigo. Portanto, cliquem aqui e vejam.

Bem, antes de continuar com a série em três partes "O Que Esperar em 2006", iniciada no dia 10 (quem não leu entre aqui), comento um filme que infelizmente caiu no clichê nos últimos anos, e só retornou um tempo atrás: o filme de mortos-vivos. Com "Madrugada dos Mortos", o ressurgimento do gênero. E com esse que comento hoje, o seu auge. Comento "Terra dos Mortos", do diretor/roteirista que inventou o tipo e é uma lenda viva louvada nos quatro cantos do planeta: o mestre George A. Romero.



Terra dos Mortos
(Land of The Dead, 2005)




... e foi aquele alvoroço. Tem um amigo meu que só faltou chorar. Leu num site de noticias que o cara que inventou o gênero mais "cult" de todos está voltando com um filme novo. Boatos diziam que iria ser uma regravação de um filme seu, antigo, mas finalmente foi divulgado que seria um roteiro novo, sempre no estilo que ele praticamente criou sozinho, sem orçamentos milionários que Hollywood sempre ofereceu às suas estrelas. Naquela época, ele não era estrela alguma. Era um louco com uma câmera na mão e uma idéia na cabeça. O tipo de filme é o "filme de zumbis". E o diretor é George A. Romero. O suspense nunca mais foi o mesmo depois dele.

Eu sou daquela geração que nasceu ouvindo falar que os filmes de Romero eram o máximo, que "A Noite dos Mortos Vivos" era demais, e os filmes seqüentes eram igualmente geniais. Portanto, cresci assistindo filmes dele. E acredito que tenha visto quase todos. E aprendi a admirar a arte desse diretor. Seus filmes, além de serem realmente assustadores, trazem nas entrelinhas uma crítica social. E isso é que é interessante. E para o meu azar e o de meu amigo, nos cinemas da cidade não passaram esse último filme, que traz de volta o "mestre" depois de vinte anos sem filmar.

Tudo se passa trinta e tantos anos depois da ação do primeiro filme. Os mortos vivos praticamente dominaram o planeta, e os humanos restantes vivem escondidos ou em lugares protegidos. Um desses lugares é uma fortaleza cercada por rios. E dentro dessa fortaleza, há os pobres e há os ricos: os que tem dinheiro compram uma casa na luxuosa comunidade criada por Sr. Kaufman (Dennis Hopper), e os que não tem ficam do lado de fora, vivendo na miséria. Os que entram na comunidade rica são escolhidas a dedo pelo seu governante, que criou uma espécie de "governo independente", que saúda os que moram dentro e repugna os que moram do lado de fora, achando sempre um jeito de controlá-los. E há aqueles que abastecem essa cidade, resgatando alimentos nos domínios dos zumbis. São mercenários, liderados por Riley (Simon Baker). Quando este decide largar o ramo, Cholo (John Leguizamo) assume, e decide tentar subornar o grande chefe Kaufman, utilizando-se de seu tanque destruidor de zumbis, o "Destruidor". Enquanto isso, os mortos-vivos, até então burros feito pedras, passam a aprender a usar ferramentas, adquirem um pouco de raciocinio. E, com um líder (Eugene Clark) à frente, passam a ameaçar os humanos de uma maneira como nunca se viu.

Não sei como estou conseguindo escrever esse texto, pois duas horas depois de ver o filme ainda estava sem palavras. George Romero continua o mesmo, passados vinte anos depois de "Despertar dos Mortos", seu último (e igualmente brilhante) filme. Notem: a sociedade controlada por Sr. Kaufman (e verdade seja dita: interpretado com sabedoria por Dennis Hopper) não lembra os Estados Unidos? E o próprio personagem não lembra George Bush? Essas são as grandes sacadas de Romero: fazer um filme de terror com temática social. Incrível. Arrasador. Brilhante. Genial.

O que diferencia é o orçamento do filme. U$$15 milhões de dólares. Quase nada comparado com os filmes convencionais de Hollywood, mas para Romero, seu maior orçamento. E este o usou com inteligência. Contratou atores muito bons, fez uma maquiagem estupenda, e uma produção excelente. O que se vê na tela é um show dos mortos-vivos, que ainda comem carne humana como antigamente. Visceral. Não é para todos os estômagos.

O que pode deixar o espectador mais desavisado frustrado é a maneira como o diretor conduz o filme. Mas qualquer coisa que eu fale a esse respeito pode estragar, já que para isso precisaria contar algumas cenas, o que não seria legal. Guardo a surpresa para vocês que ainda não viram.
De qualquer forma, eu posso dizer para todo mundo que eu vivi para ver uma obra de gênio. Dirigido com cuidado, o filme é correto em todos os sentidos, e é melhor que muito filme com custos de U$$300 milhões que a indústria norte-americana produz. Roteiro que esconde bem atrás de excelentes sustos a verdadeira razão do filme: uma ácida critica ao governo americano.

Por isso, posso dizer a plenos pulmões aquilo que qualquer fã de filmes de terror já sabe há mais de duas décadas: George A. Romero é mesmo um gênio.

Uma nota?

10 / 10

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Bem, pessoal, até sexta!

Um abraço, até mais!

O Editor, ouvindo "The Pink Panther Theme", de Henry Mancini.

13 Comments:

Anonymous Anônimo said...

Olá, Luiz!

Apesar de não ser meu tipo de suspense/terror preferido, mas gosto do autor...Esse não ví, mas depois de ler o que escreveu, alugarei quando voltar da viagem.

Um abraço

fevereiro 14, 2006 4:21 AM  
Anonymous Anônimo said...

Fala Luiz!
Bom, devo dizer q nao achei tudo isso do filme. Concordo, o filme tem uma critica social ácida inquestionavel e digna de aplausos, mas é só. Na minha opinião não está a altura das obras anteriores desse gênio q é George A. Romero e fica atrás inclusive de Madrugada dos Mortos, mas nem de longe é um filme ruim. Mas pra mim, o melhor do genero nessa retomada ainda é sem duvidas Exterminio...

ps.: Destaque para a perticipaçao como convidados vip de Romero dos criadores do ótimo Todo Mundo Quase Morto...Simon Pegg e Edgar Wright q tirava sarro justamente dos mortos criados pelo "mestre"...

fevereiro 15, 2006 11:03 AM  
Blogger Marco said...

Rapaz, eu também assisti à série toda. Achei Madrugada dos Mortos mas assustador. Mas esse também dá uma aquecida na adrenalina. Eu já escrevi uma vez no Antigas Ternuras que eu não resisto a um trash-cult bvem feito. E nisso o Romero é mestre. Um abraço!

fevereiro 15, 2006 11:46 AM  
Anonymous Anônimo said...

bom dia!

Um abraço

fevereiro 16, 2006 2:43 AM  
Anonymous Anônimo said...

Oi cara, td bem? Fico feliz em saber q vc considerou o filme mto bom. Ainda não o vi, mas é um dos próximos q pretendo alugar, e agora fiquei com mais vontade ainda rs. Abraços.

fevereiro 16, 2006 4:02 PM  
Blogger Gustavo H.R. said...

Saudações, Luiz Henrique. Espero que esteja melhor, seja por qual a natureza dos problemas que enfrentou.
Nunca cheguei a pegar um filme de Romero - apesar de conhecer sua fama e sua militância por via cultural - mas nunca é tarde.

Cumps.

fevereiro 17, 2006 9:33 AM  
Anonymous Anônimo said...

Gostei do filme, mas não tanto quanto você. Esse é o único filme sério de zumbis que vi e gostei.

fevereiro 17, 2006 5:14 PM  
Blogger José Viana Filho said...

"The Pink Panther Theme"? Sabe, acho que esta refilmagem será um fiasco... Martin por Sellers??? Bom, sobre o Romero, gosto muito do "Dia dos Mortos", mas o acho um "típico diretor do passado", ou seja, os seus filmes, só funcionam os do passado... Mas, com os seus elogios, talvez dê uma olhada neste aqui! Abração!

P.S.: sobre a aposta, mande-me, por favor, a lista dos indicados e assim poderemos fazer um post em conjunto no fim de semana que antecede o Oscar (dia 3 de março); e não esqueça de responder sobre a reunião da Família!

fevereiro 18, 2006 4:04 PM  
Anonymous Anônimo said...

O comentário com o nome do "Zé Maria" é meu! Foi um erro aqui, quando estava modificando a sua página! Abração!

fevereiro 18, 2006 4:06 PM  
Blogger Paulo Assumpção said...

Ainda não assisti a este filme, mas pelo que escreveu dá para concluir que, em Hollywood, "dinheiro não traz criatividade". Ainda bem que diretores como Romero não são tocados pela praga dos orçamentos estratosféricos. Espero que você consiga solucionar logo os seus problemas. Mas sem que eles criem outros. Grande abraço!

fevereiro 18, 2006 6:40 PM  
Anonymous Anônimo said...

O "pior" é que ando como v (rs). Mas fase é fase e melhor vivê-la e esperar passar. (Só espero que não demore tanto). Irei no escrevinhadores sim, pois o tema me interessou muito. E sua indicação para o filme, ficou no estilo "este eu não posso perder". Abração.

fevereiro 20, 2006 7:06 PM  
Blogger Sergio said...

Boa tarde!!!

Um abraço

fevereiro 22, 2006 8:40 AM  
Anonymous Anônimo said...

Luiz... fiquei preocupado... Espero que tenha superado os problemas (que todos nós temos, dia ou outro). Cara... confesso que assisti a um filme do George Romero - não saberia dizer qual - há muitos anos, na TV, mas mesmo assim, não é o tipo de filme que eu vá até uma locadora pra alugar... Sei da contribuição e importância dele para a história do cinema mundial mas, sepois do seu comentário a gente até fica curioso pra ver. Quem sabe... Abraços

fevereiro 22, 2006 12:07 PM  

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