segunda-feira, julho 31, 2006

Penúltima Reunião da Família Morcegos - Julho de 2006

Olá a todos!

Pois bem: hoje é segunda, último dia do mês, venho até aqui completamente envergonhado de minha cada vez mais constante ausência... temo o fim deste blog. Não quero, mas não sei não... vamos ver o que acontece...Mas, amanhã, começa o mês de agosto, e serão completados três anos de existência do Under Pressure, contando os anos dos servidores BLIG e ZIP.NET que tanto me deram desgosto. Vão-se três anos postando, escrevendo, minha produção "literária" aumentou drasticamente, caindo apenas neste ano de 2006 por motivos que são maiores do que eu.

Em comemoração, vou postar a cada semana um texto dos primórdios, antigos, para lembrar dos bons tempos, dos erros e dos acertos.

Para começar, um texto que julgo ser um dos melhores que já escrevi. Talvez pelo total desprendimento de senso crítico, levando tudo na base da galhofa, sei lá. Gosto dele.E bateu o recorde de comentários, na época foram 51 comments neste post.

E que venham mais três anos.
Será?
Aguardem.

E hoje é dia de post duplo, tem ainda a Reunião da Familia Morcegos!
Primeiro, o post da Reunião. Depois a retrospectiva. Se puder, comentem!!!
PENÚLTIMA

REUNIÃO DA FAMÍLIA MORCEGOS
Conheci o blog do Dilberto não me lembro como. Sei que de repente vi um espelho. Desses bem grandões, que lembram daquelas salas antigas, com espelhões que dá pra gente ver um monte de coisa neles. Pois é. Vi no blog do Lima Rosa, e no próprio, um espelho daquilo que eu queria ser: uma pessoa extrovertida, inteligente, com boas idéias, divertido e culto. Dava pra ver isso pelo blog, Morcegos, ainda no velho e ultrapassado weblogger.
Eis que um dia sou agraciado com uma singela homenagem dele. Fui parar em sua coluna lateral (que na verdade ficava abaixo dos posts por erro de layout), recebendo dele um texto elogioso sobre meu trabalho no Under Pressure. E passei a integrar a familia Morcegos, uma brincadeira que resultou em muitos amigos e diversão, que nunca imaginei que encontraria no mundo virtual. Pois acabamos nos tornando primos, de consideração.
Passaram por aqui muitos membros da família, que vêm e que vão. Hoje, a família está meio que desgarrada, estamos na sua penúltima reunião, pois o "Godfather" Dilberto está fazendo jogo duro para revelar o que significa "a última reunião" e "os morcegos em debandada", as frases que nós, familiares, costumamos ver nessas últimas semanas.
Será que vem despedida a vista?
Não sei. Sei que aprendi muito com as pessoas que fazem parte dessa grande familia, comandada com competência e carinho pelo nosso mentor, Dilberto. O que será de nós, hãn?

3 anos de UP, Retrospectiva - Anaconda, de Luis Llhosa (1997)

ANACONDA
(Anaconda, 1997)
originalmente publicado em 11 de junho de 2005.
http://underpressure.zip.net/arch2005-06-05_2005-06-11.html


Estava deitado na minha cama, em meu quarto, quando meu irmão mais novo chega com alguns DVD's pra que eu assistisse, para não perder o costume e para passar o tempo em que eu não deveria sair de casa. Então, fui assistindo um a um. Passa dia, passa noite, e lá estou eu, de frente a TV. Eis que de repente, surge em minha frente um estojo de DVD com uma capa preta, apenas dois olhos de serpente ilustrando. Na hora saquei: "Meu Deus, de novo!"

Mas, antes de falar do filme, voltemos ao ano de 1997. Estavamos eu e mais quatro amigos na locadora, quando a atendente me diz que chegou uma leva de filmes novos. Não pensei duas vezes antes de correr pra sessão de lançamentos. Olhei as capas e peguei a que mais me interessei (ainda hoje carrego essa mania): a tal capa preta, com o par de olhos de serpente. Passei o VHS na moça do balcão e corremos para a minha casa. Chegamos, colocamos a fita no vídeo-cassete e mandamos ver. No meio do filme, passei a sentir enjôos, acabei vomitando em cima da mesa de centro da sala, e acabou espirrando na cara de meus colegas, que acabaram por vomitar também. Imaginem só como ficou a sala! E o filme rodando... quando nos acalmamos, voltamos a prestar atenção no filme, e rimos muito. Até uma das cenas onde um personagem é cuspido pela cobra-gigante-malabarista-artista. Aí, voltamos a vomitar. A partir desse dia, toda vez que eu ouvi falar do filme ou o assisto, passei a sentir fortes enjôos.

Pois bem: e voltei a vê-lo nesta semana. Tomei coragem e 'mandei brasa'. Senti os mesmos enjôos, mas agora de tanto rir. Sei que o filme não tinha esse propósito, mas depois de um tempo, passou a ter.O filme conta a história de um grupo de documentaristas (Jennfier Lopez, Eric Stoltz, Jonathan Hyde, Owen Wilson e Ice Cube), que entra na Floresta Amazônica para produzir um curta sobre uma tribo indígena. Mas, no meio do mato, encontram um cacador chamado Paul (Jon Voight), que tem o plano para capturar, viva, uma anaconda que vive na floresta, que chega a medir 12 metros. E para conseguir seu feito, ele usa toda a equipe de documentaristas, como isca. O filme tem o roteiro mais furado que eu já vi, com a anaconda eletrônica mais terrível de que se tem notícia. O filme até que poderia ser bom (não sou louco), mas a anaconda estraga completamente. Aquilo não é cobra, é uma cobra-gigante-malabarista-artista-metida-malvada-estranha. E é praticamente impossivel (repito: IMPOSSÍVEL) uma cobra, mesmo uma anaconda fazer tudo o que ela faz.E as atuações? Jennifer Lopez, na tentativa de parecer assustada, está hilária. Eric Stoltz dorme (literalmente) o filme todo, e o pior de todos: Jon Voight é o vilão mais caricato que eu já vi em toda a minha vida.

Ele está engraçadíssimo, fazendo um monte de caras e bocas. Se o filme fosse feito para ser uma comédia, creio que não sairia tão engraçado. A direção de Luis Llhosa é horrorosa, terrível. Pensava-se, na época de seu lançamento, que uma coisa dessas, que os produtores diziam ser um filme, não tinha salvação e estava destinada a clandestinidade.Mas acontece que agora, quase sete anos depois de seu lançamento, o filme é cult, muita gente adora, tem comunidade no Orkut dedicada a discutir a Anaconda... bem, o filme se tornou moda.Mas, independente disso, o filme é péssimo, recebeu merecidamente 6 indicações ao Framboesa de Ouro (Pior Filme, Diretor, Ator (Voight), Roteiro, Dupla (Voight e a anaconda) e Revelação (A anaconda eletrônica)). Por mais que hoje seja cultuado como uma comédia de humor negro, ainda assim o filme é horrível. Mas é recomendado para aqueles que querem rir, apesar do filme parecer sério.No fim das contas, não me arrependi de ter visto o filme. Ri muito. Mas ainda continuo com os enjôos...



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Uma nota?
2/10
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Um abraço a todos, e até!
O Editor, ouvindo Corazón Partio, de Alejandro Sanz
(em homenagem ao amigo Niarchos Pabalis, que curte muito essa música, não é?)

quarta-feira, julho 19, 2006

Superman - O Retorno, de Bryan Singer (2006)

Olá a todos!
Tudo bem? Espero que sim!

Aqui quem escreve pra vocês é o Lucas, sobrinho do Luiz Henrique. Ele saiu em viagem agora a noite pra se tratar de uns problemas de saúde que ele tem, e pede para que eu peça desculpas pra todos vocês por não estar vindo sempre escrever aqui.

Mas deixou recado!


"Amigos,

Desculpem-me. Estou tendo de me tratar constantemente, quase nunca tenho tempo para entrar na internet. E escrever para o blog, então... e comentar, pior ainda! Dia desses, antes de me retirar da net, conversava com o Dilberto Lima Rosa, e dizia sobre minha crise de bloqueio criativo. Não conseguia escrever sobre nada. Foi dificl escrever sobre Superman Returns, mas consegui alguma coisa que, apesar de não me agradar muito, estou postando aqui. Espero que gostem.

Um abraço!
Luiz Henrique Sampaio Oliveira, conhecido também como O Editor."


E eu coloco aqui o texto dele sobre Superman Returns.
***
Superman – O Retorno
(Superman Returns, 2006)



21h40m. São dez minutos de atraso até que as luzes se apagassem, e finalmente a imensa tela branca em minha frente se enchesse de cores e luzes e imagens. Eu estava ali assumidamente sem vontade, é necessário que eu confesse. Estava naquela sala, naquele domingo, somente por causa do meu sobrinho mais velho, que quase me arrastou pelo braço para ver o filme. Pois bem. Os trailers passaram, o filme estava começando. Me ajeitei na confortável poltrona vermelha do Cine Itapetininga – I, onde eu estava. Warner Bros., Legendary, DC Comics. De repente, a voz inconfundível daquele que talvez tenha sido um dos maiores ícones do cinema. Marlon Brando discorre seu monólogo sobre a importância que o filho de seu personagem terá na humanidade. Uma explosão, um arrepio me sobe a espinha. Ao fundo, uma trilha sonora que eu reconhecia de muitos anos atrás. Da minha infância. Uma trilha que vai crescendo à medida que os créditos aparecem durante uma viagem astronômica que a câmera faz. Crescendo, crescendo, crescendo. Eu reconhecia aquele toque que se fazia ouvir cada vez mais. Até que um logo aparece na tela, a famosíssima trilha do mito John Williams atinge seu ápice. O símbolo do herói, imenso, em minha frente. Foi uma das pouquíssimas vezes em que eu tive consciência, dentro de uma sala de cinema, que eu estava presenciando um momento histórico. E foi uma das raras vezes em que eu me emocionei sinceramente numa sessão. Foi assim que vi, pela primeira vez, Superman Returns.

Essa retomada da série do Homem de Aço causou alvoroço no meio cinematográfico, principalmente depois da noticia que Bryan Singer, diretor meticuloso da franquia dos mutantes X-Men, havia “pulado a cerca” e topado dirigir o quinto filme do Superman. Muita gente não botou fé, depois da escalação de Brandon Routh para o papel principal. Quem poderia substituir o carismático Christopher Reeve? Quando anuciaram o nome desconhecido de Routh, poucos ainda acreditavam no sucesso, mesmo tendo no elenco ainda nomes estelares como Kevin Spacey, Eva Marie-Saint, Frank Langella, entre outros. Foi o filme mais aguardado deste ano, acompanhado da terceira parte do X-Men e do Código Da Vinci. E, para minha surpresa, este é o melhor dos três citados.

Depois de um sumiço de cinco anos, Clark Kent (ou melhor, Superman) volta para a Terra, esperando reencontrar a mesma vida que tinha antes de partir. Mas, ao retornar, encontra tudo muito diferente: as pessoas se acostumaram a viver sem a ajuda dele; e o principal: Louis Lane, seu grande amor, está casada, tem um filho, e ganhou um Prêmio Pulitzer por um artigo intitulado “Por que Nós Não Precisamos do Superman”. Mas, ao mesmo tempo em que se confrontava com seus problemas pessoais, Lex Luthor planeja mais uma vez tentar enriquecer e se apoderar do mundo, bolando um engenhoso plano para acabar com a Terra no planeta, obrigando todos a comprar as terras que ele está criando com a ajuda de um misterioso cristal tirado da Fortaleza da Solidão, antigo esconderijo do herói. Agora, Superman tem que voltar a ação para impedir os planos de Luthor, ao mesmo tempo que tenta se adaptar a nova realidade, reconquistar o grande amor de sua vida e deparando-se com vários contratempos e algumas grandes surpresas no seu caminho.

A direção de Singer é extremamente fiel ao filme original, dirigido por Richard Donner (que dirigiu recentemente o filme “16 Quadras”, com Bruce Willis). Mas, depois do êxtase da abertura do filme, me deparo com erros crassos no roteiro, que tenta ser fiel ao máximo ao primeiro filme, mas ignorando o resto da cinessérie; o que causa problemas àqueles que viram todos os filmes. Dá um certo desconforto. Mas indiscutivelmente, as cenas com efeitos visuais são belíssimas, competentes e completamente admiráveis. Uma das proezas iniciais do herói depois de seu retorno, num avião, é de tirar o fôlego.

É uma pena que Spacey e Marie-Saint sejam tão pouco utilizados. Eu ainda acho que o ator de “Beleza Americana” e “Os Suspeitos” tinha tudo pra ser um Lex Luthor perfeito, julgava-o perfeito para o papel. Mas, devido as poucas cenas em que aparece, essa expectativa caiu por terra. E a outra, veterana atriz premiada com o Oscar, aparece em três cenas. Só. Logo, não há o que se comentar.

Talvez o excesso de zelo tenha prejudicado um pouco o filme. Os atores principais não convencem. Bom mesmo é rever Marlon Brando, com falas cortadas de sua participação no primeiro filme da cinessérie repostas aqui. Mostra, sem sua presença física mas com o poder de sua dicção, porque foi um dos maiores de Hollywood. Arriscaria dizer que ele é o melhor ator do filme.

Por fim, me resta dizer que apesar do começo apoteótico, o filme me decepcionou em vários pontos. Mas, é infinitamente melhor que as partes III e IV da série. Só acho que poderia ter sido um pouco mais coerente. Mas, aconselho verem o filme e tirarem suas próprias conclusões. É um daqueles filmes em que cada um tem a sua visão específica sobre a história. Meu sobrinho adorou. Eu, nem tanto.


Uma nota?
8,9/10
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Tchau!
O sobrinho do Editor, ouvindo As Minas do Rei Salomão, do Raul Seixas.
PS: A comunidade que eu fiz pro meu tio, no orkut! Se quiserem entrar, o link é esse aqui, ó: