terça-feira, abril 25, 2006

Crônicas Cine-Afetivas - Episódio III

Olá!

Tudo bem com vocês? Espero que sim!


Eu estou em recuperação, em casa. Fiquei doente novamente uns dias antes da Páscoa, fiquei de repouso, e agora estou lentamente retornando às funções normais. Tive uma infecção no aparelho digestivo por conta de um outro problema de saúde que não vem ao caso comentar agora. Enfim, o que importa é que o show deve continuar e que o Under Pressure não pode parar, apesar de ter ficado praticamente o mês todo parado.


E hoje, por se tratar do dia 25, é dia de crônica Cine-Afetiva, episódio III. Era para ser um texto do Marco Santos, do blog Antigas Ternuras, mas eu acabei fazendo algumas besteiras com meu e-mail da Hotmail e não consigo mais abrir o mesmo. Por isso, peço aqui ao Marco que me mande de novo, no endereço
luizhenriquesoliveira@gmail.com . Que, assim que chegar, publicarei!


E estou tentando ver novos filmes. Sábado terá resenha nova por aqui.



***
Crônicas Cine-Afetivas
Episódio III
por Luiz Henrique Oliveira
.
Tudo que foi (e que ainda pode ser)




Dedicado, obviamente, àquela que inspirou tudo isso
que será relatado aqui. Certo que não foi bem assim, mas
você me entende. Natascha Paschoalique
dos Santos
, isso aqui é pouco, mas é para você.





Tinha tudo para ser um dia qualquer, num lugar qualquer, numa hora qualquer, com qualquer pessoa. Mas o destino (ou a fatalidade, depende do ponto de vista) acabou por nos unir na porta do cinema. Grande coincidência. Ou grande fatalidade. Depende do ponto de vista...
Minha velha memória não me permite mais lembrar certos detalhes, portanto peço que me perdoem por romantizar a coisa. Pensando bem, ultimamente, muitos biógrafos e escritores romantizam historias que, na verdade, nunca foram daquele jeito que estão nos livros. Assim como alguns governantes também enchem nossa realidade de floreios, de romantismo, mesmo sabendo que não é nada daquilo. Enfim, isso não vem ao caso agora. Voltemos ao cinema. Alias, nem chegamos lá ainda.

Era algum dia perdido de 2004 quando eles se conheceram. Ela estava na mesma escola que ele, e ele recém nessa escola, estava perdido. Não conhecia ninguém, como todo aluno que sai de uma escola publica e de alguma forma ou de outra, vai parar em escola privada. Tá. Ele vivia andando pelos lugares ali e via as pessoas, mas não falava com elas. E assim ficou, por algum tempo até.Passou-se um mês mais ou menos (sou ruim de memória, perdão), quando ele resolveui ir ao cinema, na sessão do filme... do filme... do filme... (eu avisei que era ruim de memória...). E, nessa sessão, por acaso, encontrou aquela menina vestindo jeans, um par de All Star nos pés, uma jaqueta no corpo e muitas idéias na mente. Mal sabia ele... Enfim, eles entraram na mesma sessão. E lá dentro se encontraram. E surgiu o seguinte diálogo:

- Oi. – ele disse.
- Oi.
- Tudo bem?
- Tudo.
- ...
- Você é lá do colégio, né?
- Sou sim! Você é novo lá, né?
- Sou... cheguei faz pouco tempo, ainda não me acostumei.
- Não esquente. O povo lá é legal.
- ...
- Você vem sempre ao cinema?
- Sempre que posso.
- E pode sempre?
- Todo dia.
- Ah...
- ...
- Você gosta de cinema?
- Sim, muito. E você?
- Aaaaah! Sou viciada! Adoro. Você já assistiu Touro Indomável?

Ele a olha e pergunta:

- Qual o seu nome?
- Muito prazer, eu sou a Natascha...

Natascha. Isso já não é mais nome, é destino. E assim estava formada a maior aliança que se poderia existir. (O destino tem suas manhas etc etc etc).Daquela conversa em diante, pouca coisa ficou a mesma. Tudo mudou. Ele achou uma companheira para discussão, com quem poderia brigar sem ofender, elogiar sem se envergonhar, brincar sem ser idiota, apesar de ter nascido um. Uma relação de respeito, sabe?

Acontece, meus amigos, que num dia ela resolveu ir embora. E qual a reação dele? Numa comparação, é como se sentir órfão de mãe viva. Ele resolveu esconder, não dizer nada, mas lá dentro, em algum lugar dentro dele, alguém gritava para que ela ficasse. Relação de dependência. E aquelas sextas no shopping? Aquelas pizzas, aquelas rodas de amigos que se partiu em mil pedaços em algum dia qualquer de novembro... Tudo aquilo se tornaria passado assim que ela pisasse no veículo que a levasse para longe daquela cidade, para longe dele. Era sim, um órfão.

Mas, naquele que tinha tudo para ser um dia difícil, algo inusitado aconteceu. Quando ela foi se despedir, aquele sofrimento que tomava conta dele acabou se dissipando porque... porque... nem ele sabia porque. Ele a olhava e ficava feliz de ver que ela poderia arrumar outros amigos, ter outras oportunidades, melhores (quem sabe) do que se ela permanecesse na cidade onde morava. Aí, quando apertaram-se as mãos, um grande filme passou na cabeça dele. Daquele dia, no cinema, tanta coisa aconteceu, tanta coisa mudou, que ele finalmente notou que ela havia sido uma revolução em sua vida. Depois dela, as coisas nunca mais foram as mesmas. E ela partindo... e ao invés dele (e daquele que estava escondido em algum lugar dentro dele) ficarem arrasados, partidos, alguma coisa os deixava feliz. As coisas não acabavam ali. Apenas um ciclo se fechava.

E ela deu às costas e foi. Ter seus sonhos em outro lugar.
.
***
Bem, pessoal. É isso.
Comentem!
Sábado estarei de volta.
[pensamento: espero que a Natascha goste do texto...]
Até breve!
.
O Editor, ouvindo Dry your Tears, Afrika - de John Williams
(para mim a melhor trilha dele até hoje - a única que ainda me arrepia na enésima vez que toca)

terça-feira, abril 18, 2006

...

NOTA:


Em virtude de problemas de saúde, o EDITOR se ausentará do dia 09 ao dia 21 de abril de 2006.

Ele pede imensas desculpas e promete se explicar assim que retornar.





Até breve.

quinta-feira, abril 06, 2006

Os Caça Fantasmas, de Ivan Reitman (1984)

Olá a todos!
Tudo bem? Espero que sim!



Pois bem: infelizmente, não consegui votos suficientes para ingressar na Liga dos Blogues, mas mesmo assim, agradeço ao Marfil, do blog Spoiler que me indicou p'ra lá e para todos os que votaram em mim! Obrigado, de coração! E parabéns aos que entraram!

E estou postando hoje, quinta, porque amanhã estarei partindo para Salto (SP), para visitar a coleguinha de blog e amiga do coração sra. Natascha Paschoalique, devido ao aniversário dela, que é hoje! Parabéns, Natascha, minha homenagem a você está no meu fotolog (
http://www.fotolog.com/luizhsoliveira), quem quiser passar lá, fique a vontade! E quem quiser saber o endereço do Críticas Medíocres, blog da Natascha, passe o mouse aqui!

Hoje, estarei falando sobre um clássico da comédia-ação. Um dos melhores (se não o melhor) filme do gênero: "Os Caça-Fantasmas". Esse filme que comento hoje vai gerar muitos comentários em alguns lugares... pois bem, a resenha ficou um tanto longa, haja paciência! Mas, vamos lá.


***

Os Caça-Fantasmas
(Ghostbusters, 1984)

(mais uma vez, recusa do
blogspot de colocar a imagem)



Clássico. É o mínimo que se pode dizer de um filme tão memorável, tão legal, tão engraçado e que praticamente revolucionou a comedia dos anos 80. Dizer que esse filme é razoável é uma grande ofensa, pois até hoje não há quem eu conheça que não goste das aventuras (e desventuras) dos Caça Fantasmas.

Eu era criança, estava me iniciando nesse mundo viciante que é o cinema. E assistia com freqüência (muita freqüência, pra falar a verdade) à Sessão da Tarde que hoje anda tão decaída com os filmes mequetrefes que ali são exibidos. Mas, lá no meio dos anos 90, passava sempre Os Caça Fantasmas. E um dia desses, resolvi ver, já que estava ali, sem fazer nada mesmo. E, oh, não é que gostei?

A história, escrita pelos atores Harold Ramis e Dan Aykroyd, conta como um grupo de cientistas de fenômenos paranormais de uma universidade de Nova York, chamados Peter (Bill Murray), Ray (Dan Aykroyd) e Egon (Harold Ramis), perdem o emprego quando acaba a verba destinada às suas pesquisas. Para poderem se sustentar, montam um negócio próprio para captura de fantasmas, a quem dão o nome de Ghostbusters. Sem nenhum cliente e tendo prejuízos cada vez maiores, os três vivem se metendo em encrencas, até que são chamados por uma violoncelista (Segourney Weaver), que descobre uma entidade morando dentro de... sua geladeira. Logo após isso, várias aparições colocam os Ghostbusters no alvo da mídia. Mas a entidade da geladeira da violoncelista revela-se ser Zuul, um semideus que serve a um demônio maior, Gozer (Slavitza Jovan). Agora, os Caça-Fantasmas tem de sair à caça de Gozer, que ameaça destruir Nova York, ao mesmo tempo em que contratam um inexperiente ajudante (Ernie Hudson), e contam com os palpites de um nerd, Louis Tully (Rick Moranis), enquanto Peter tenta conquistar a charmosa artista.

Para o ano de 1984, o filme é muito bem produzido no que toca o assunto efeitos visuais. Criativos, espetaculares e chegam a ser até assustadores a quem assiste pela primeira vez. Muitos sustos esperam pelos desavisados, mas muita comédia (inteligente, diga-se de passagem) também garante a diversão.

Atuações chegando ao máximo da soberba. Difícil definir quem são os melhores, pois até os coadjuvantes estão incríveis. Destaque para todos, mas em especial para o sempre competentíssimo Bill Murray (indicado para o Globo de Ouro por esse filme), os ótimos Dan Aykroyd, Harold Ramis e o engraçado Ernie Hudson, que formam a equipe caça-fantasmas. Isso porque ainda há Segourney Weaver, David Marguilies (como o prefeito da cidade) e até Larry King, como ele mesmo, claro. E – como esquecer – Rick Moranis, mais engraçado do que nunca (uma pena ele ter sumido do cinema nesses últimos anos).

A direção é de Ivan Reitman, diretor de filmes como “Irmãos Gêmeos” (aquele com Danny DeVito e Arnold Schwarznegger) e, recentemente, “Seis Dias, Sete Noites” (com Harrison Ford). Competente e firme, consegue conter as cenas mais densas e se soltar na comédia, que quase chega a pastelão. Excelentemente produzido. Isso sem falar da música (de Ray Parker, Jr.), que teve a indicação ao Oscar (a outra indicação do filme foi para os efeitos visuais), que é contagiante e até hoje é tocada nas rádios.

Enfim, não do que se queixar. Filmaço. Um clássico é um clássico e pronto.



Uma nota?
10 / 10
***

Pois bem: fico por aqui essa semana, prometendo retornar semana que vem, se tudo der certo.
Um abraço a todos, até!
Editor, ouvindo Tá na Hora, de Raul Seixas

sábado, abril 01, 2006

A Era do Gelo II, de Carlos Saldanha (2006)

Olá a todos!
Tudo bem? Espero que sim!!
Primeiramente, peço desculpas para o Dilberto, por ter faltado na reunião da Familia Morcegos. Mas, logo te mandarei um e-mail com a explicação, e você poderá até publicar, se quiser, Dilberto... é uma coisa chata, mas precisa ser explicada (não, não vou sair da familia...rs)
Bem, venho em uma sessão especial, com uma estréia nos cinemas do país. Fui muito bem acompanhado, alías, da Natascha (http://criticasmediocres.zip.net), e foi quando passamos um dos dias mais estranhos e atípicos das nossas vidas.
(é aí que descobrimos os verdadeiros amigos)
Ah, e estou ansioso com o resultado da Liga dos Blogues Cinematográficos, que sai amanhã... para os que entraram aqui para conhecer e votar, meu muito obrigado! Só de ser lembrado já foi excelente!
Bem, a critica de hoje:
***
A Era do Gelo II
(The Ice Age - The Meltdown, 2005/6)




Cheguei atrasado, pra variar. Ao chegar no Shopping Itapetininga, ontem, a Natascha já estava me esperando, batendo o pé e com aquela cara de quem, se tivesse uma arma, faca ou pedaço de pau, te mataria ali mesmo, sem pestanejar. E só ela sabe fazer essa cara sem chamar atenção. Pois bem. Entramos no cinema, o filme estava começando. E foi assim que eu assisti a melhor animação do ano até aqui, “A Era do Gelo II”.

Dirigido pelo brasileiro Carlos Saldanha (indicado ao Oscar pelo curta metragem “Scrat” e pelo filme “A Era do Gelo”), o filme não é menos do que sensacional. Bem melhor que o primeiro, o enfoque na história é melhor e, claro, o personagem mais carismático dos últimos tempos novamente não precisa ter uma linha de diálogo: Scrat, o animal pré-histórico que é parente do esquilo, aparece mais nesse segundo longa. Para a nossa sorte, ele volta ainda mais engraçado.

Tudo se passa na Era Glacial, onde os companheiros a preguiça Sid, o mamute Manfred e o tigre Diego, depois da aventura da primeira história, estão vivendo juntos e felizes. Mas descobrem que o gelo que rodeia a terra onde moram está derretendo, o que vai causar uma inundação que pode matar a todos, e resolvem fugir. No meio do caminho, descobrem, junto a dois gambás, uma mamute fêmea, chamada Ellie. O problema é que, como ela foi criada por uma família de gambás, ela acredita ser um deles. Todos resolvem migrar juntos para se salvarem enquanto muitas situações inusitadas acontecem, como dois predadores o seguirem o tempo todo, ao mesmo tempo em que Manfred tenta conquistar Ellie, já que eles acreditam serem os últimos de sua espécie.

Tudo, absolutamente tudo nesse filme é melhor que o primeiro. O roteiro é melhor “amarrado”, diferente da confusão da primeira aventura (e mesmo assim, ainda era muito boa), os dilemas são melhor apresentados, como o do Manfred e sua desilusão com a família (para saber, assista o primeiro filme), e as piadas.... as piadas estão bem melhores, como a cena em que Sid é “raptado” por uma tribo, digamos, estranha.

A direção segura de Saldanha dá a entender que ele tem um futuro bastante promissor na área. O filme é excelente em quase todos os seus aspectos, a metragem está boa para agradar adultos e crianças (uma hora e meia de filme), e o principal, é engraçado. Eu já havia gostado do primeiro, mas esse é demais.

Falhas, eu sinceramente não notei. Se tem, passou desapercebido. Algumas cenas do filme me fizeram chorar (literalmente) de rir. Eu e a Natascha.A dublagem brasileira ainda é um pouco estranha, mas acho que Tadeu Mello fazendo a voz do Sid ainda é a melhor dublagem brasileira para um desenho que eu já vi. Não consigo mais dissociar a voz do ator com a do personagem, seja aonde eu o veja. Uma pena não poder dizer o mesmo de Márcio Garcia, como Diego. Ainda acho que ele não convence, mas está bem melhor que o primeiro. Diogo Vilela (Manfred), ainda está estranho, assim como a novata Cláudia Jimenez na voz de Ellie.

No final das contas, saí do cinema com a sensação de estar mais relaxado, pois essa é a função de uma boa comédia. E, também, saí de lá com a minha adoração por desenhos bem maior. Até porque, “A Era do Gelo” se tornou meio que um clássico cult, daqueles que fracassam na estréia mas são descobertos aos poucos. Foi assim comigo. Pode ser que seja assim com você também.


Uma nota?
9,8/10

***
Me despeço, desejando uma boa semana pra todos!
Um abraço, até!
O Editor, ouvindo Quando Acabar O Maluco Sou Eu, de Raul Seixas