quarta-feira, novembro 23, 2005

O Expresso Polar, de Robert Zemeckis (2005)

Aloha, pessoal!

Venho até aqui hoje para fazer um comentário rápido, devido a falta de tempo que não assola só a mim, mas a grande maioria da humanidade às vésperas das festas de fim-de-ano.
Antes, porém, venho convidar a todos para visitarem dois blogs onde eu apareci essa semana

(pouco oferecido, né?)

O primeiro, a maioria deve conhecer: o Escrevinhadores (http://escrevinhadores.blogspot.com), onde eu fui responsável pela crônica da semana (na verdade a minha é a primeira, mas o Felipe fez o favor de trocar comigo - obrigado!), cujo tema do mês é um tanto quanto pesado: a morte.
O segundo, é o blog do meu grande amigo e talentoso blogueiro Dilberto Lima Rosa, dono do Morcegos (http://dilbertolrosa.blogspot.com), onde um texto meu sobre a televisão figura em seu quadro "Rotatória", publicado em 23 de novembro. E a opnião de quem (ainda) passa aqui é muito importante. Visitem!

Bem, rapidamente, como havia dito, comento hoje um filme que esperei muito para ver em DVD. E finalmente consegui. Senhoras e senhores, "O Expresso Polar", de Robert Zemeckis.




O Expresso Polar

(The Polar Express, 2005)


Existem centenas de fábulas de Natal, que começam a ser contadas nos meados de dezembro para as crianças carentes de esperança e de crença sobre o espírito natalino. E tem aquelas que falam sobre meninos e meninas que passam a não acreditar que o Bom Velhinho existe, e que mora no Polo Norte rodeado de duendes e que no dia de Natal, ele passa na casa de todos aqueles que se comportaram bem e deixa um presente. Pois bem: o conceituado diretor Robert Zemeckis (de Forrest Gump, 1993) pegou o livro de Chris Van Allsburg e transformou nesse filme, Expresso Polar. Um clássico que ainda vai ser descoberto.

Tudo se passa na véspera de Natal, quando um menino que já não acreditava mais em Papai Noel deita-se em sua cama para dormir, e quando menos espera uma locomotiva para em frente a sua casa, para levá-lo ao Polo Norte. Auxiliado pelo Condutor (Tom Hanks, que faz outros seis personagens no filme), ele embarca com os amigos que fez dentro daquele trem em uma viagem inimaginável, cheia de fantasia e aventura, para que eles possam voltar a acreditar no Natal e resgatar dentro de cada um o espírito natalino, que se perde à medida que se cresce.

Zemeckis deu um show. É impressionante a capacidade desse homem de contar uma história emocionante sem cair nos lugares-comuns com a freqüencia que muitos outros diretores de renome acabam fazendo em seus filmes. E não houve decisão mais acertada do que fazer o filme em animação digital, mas usando a técnica de captura de movimentos. Por isso, Tom Hanks conseguiu dar vida plenamente aos seus personagens. E é incrível. Como Hanks é talentoso. Todos os trejeitos característicos dele são vistos nos personagens que ele faz, dando aquele verossimilhança impecável. E as cenas são de tirar o fôlego, como a que se acompanha a trajetória de um bilhete. (Notável. Excelente. Brilhante.)

E a história? Nem se tem o que falar dela. É simples, mas recheada de emoção e de tudo aquilo que os adultos não tem quando crescem. Quer saber o que é? Veja o filme. O livro de Allsburg é um deleite para adultos e crianças. E passado para a tela, conseguiu o feito de ficar ainda melhor.
Enfim, é um filme para se ver de novo sempre, e sempre. É um daqueles que na minha concepção vai entrar para os clássicos infantis como Fantástica Fábrica de Chocolates, Mary Poppins, Mágico de Oz e O Rei Leão. Posso estar sendo exagerado, mas agora sei que não sou só eu que penso assim. Grandes críticos deram nota máxima para o filme, e todos (eu disse todos) aqueles que viram o filme como eu disseram o mesmo: brilhante.

E termino dizendo que todo adulto deveria ver este filme. Para resgatar o que há de mais puro dentro de cada coração.

Uma nota?

10 / 10

Pessoal, um grande abraço para vocês e até breve!

O Editor, ouvindo These Are Days of Our Lives, do Queen.

quinta-feira, novembro 17, 2005

Guerra dos Mundos, de Steven Spielberg (2005)

Aloha a todos!

Estou aqui atendendo a pedidos. Me pediram para fazer uma revisão de um filme lançado em junho deste ano, cuja o meu texto sobre ele causou um certo desconforto em muitos dos leitores do Under Pressure 1 (http://underpressure.zip.net/) . Aqui, está então, a resenha revista do filme Guerra dos Mundos, de Spielberg.

GUERRA DOS MUNDOS
(War of The Worlds, 2005)



- Puta merda!
É com esse palavrão que eu começo o meu texto sobre esse filme. Peço que me perdoem pela palavra absurda, mas é que foi a única coisa que consegui ouvir(do publico) durante toda a exibição do novo filme da parceria Spielberg/Cruise.

E foi assim que eu começei o meu texto sobre Guerra dos Mundos, em 2 de julho de 2005. Como de costume, sempre saio do cinema exaltado com algum filme, e com esse não foi diferente. E isso causou meio que uma revolta no meio blogueiro especializado. Ou não-especializado.
Para aqueles que não leram, aqui está um trecho: Tom Cruise interpreta Ray Ferrier, um trabalhador típico americano, divorciado, que um dia recebe os filhos para passar o final de semana; Robbie e Rachel (Justin Chatwin e Dakota Fanning). O rapaz, adolescente, é revoltado por conta da indiferença de seu pai; já a menina é apegada a ele.
Quando aquele dia tinha tudo para ser normal, fenômenos estranhos passam a acontecer no mundo todo, e quando todos menos esperam, a Terra é atacada pelos seres de outros planetas. Daí em diante, acompanhamos a fuga da familia Ferrier e de toda a humanidade, incluindo o seu encontro com um homem que enlouqueceu em seu esconderijo (Tim Robbins), por causa de uma guerra que nenhum humano é capaz de ganhar. Tom Cruise tem aqui a sua melhor interpretação, emparelhada com o machista convicto do excelente Magnólia (2002).
Bem, agora, depois de uma revisão, o filme caiu um tanto na minha concepção. A direção de Spielberg continua excelente, como sempre, mas agora a história me parece meio parada, meio sem rumo. E um tanto quanto diferente do propósito do livro (que eu li em agosto deste ano). E uma coisa somente não muda: aquilo que eu disse sobre a personagem de Dakota Fanning. Mesmo revendo o filme duas vezes, ainda acho que a menina é azia, chata, metida, "pattyzinha", como se diz em casa. Grita de uma maneira tão irritante, mas TÃO irritante que dá vontade de a amarrar, pegar, botar pra fora do esconderijo e dizer para o primeiro alien que passar com seu
Tripod:
- Pega, pode levar, pelo amor de Deus!!!

Enfim, o filme que havia recebido a nota 8,5 da primeira vez, agora chega a 7 tranquilamente. O roteiro é meio furado, mas as cenas de ação do filme ainda são surpreendentes. Os 20 primeiros minutos arrasam qualquer filme-catastrofe com os ET's, como Independence Day (de Roland Emmerich, 1994). Mas, infelizmente, Spielberg peca [mais uma vez] no final, dando um melodrama desnecessário e que afetou o resultado final. Mas nada que afaste os espectadores, não mesmo. É uma excelente diversão. Mas se levar ao pé da letra, não vai sair disso.

A NOTA É

7 / 10

Antes de sair, gostaria de sugerir aqui uma pequena discussãozinha. Gostaria de saber daqueles que comentam (ou não) aqui as apostas para o Oscar do ano que vem. Gostaria de começar com as apostas em Melhor Ator. Deixem nos comentarios. Espero a participação de todos!

Abração a todos e até!

Editor, ouvindo "Like Humans Do", de David Byrne


sexta-feira, novembro 11, 2005

A Noiva Cadáver, de Tim Burton (2005)

Bem.


Hoje estou postando com tristeza. Fui dispensado do meu trabalho, e ainda tive o sócio me puxando o tapete. É um momento dificil, que eu estou buscando passar.


Vamos a resenha de hoje.




A NOIVA CADÁVER
(Corpse Bride, 2005)












Alguns cineastas são bons. Outros, excelentes. Alguns acima da média. E um raro grupo faz parte dos geniais. Tim Burton está nessa última lista.
O diretor mostra competência e audácia em todos os seus filmes. Claro que, assim como qualquer cineasta, ele comete erros (vide o sofrível remake de Planeta dos Macacos, em 2000), mas em geral acerta, como em Edward Mãos de Tesoura (1992), Batman (1989) e mais recentemente, com Peixe Grande (2003) e A Fantástica Fábrica de Chocolates (2005). E no mesmo ano que lança a sua versão para a história do louco (ou não?) Willy Wonka, ele dá um passo avante em sua carreira: este fabuloso filme em stop-motion, chamado A Noiva Cadáver.
Tudo se passa com Victor Van Dort (na voz de Johnnie Depp), que vai se casar em uma união arrumada por interesses financeiros, pratica comum no século XIX. Sua "noiva" é Victoria Everglot (voz de Emily Watson), oriunda de familia rica, mas que agora está falida, ao contrario de Victor, que é da mais nova familia rica da região. Estava tudo pronto, mas depois do último ensaio de seu casamento, ele acaba por fugir para um bosque e sem querer se encontra com uma moça que espera pelo seu amor eterno. Literalmente, pois ela está morta. E assim, Victor cai no mundo dos mortos, enquanto sua noiva espera por ele no mundo dos vivos.

A grande sacada de Burton é justamente o seu ponto mais característico: o humor sarcástico, o humor negro. Em seus filmes, isso é bem notado. Aqui, é quase escancarado. O seu estilo gótico é mantido, com cenários escabrosos e amedrontadores. Mas, para espanto meu, os cenários mais acinzentados estão justamente no núcleo "vivo". O lado "morto" é mais alegre, cheio de cores e de vida, se me permitem o trocadilho infame.

Vários atores famosos e que já trabalharam com Burton retornam para fazer as vozes: Victor, o noivo, caiu como uma luva para Johnnie Depp; a noiva também teve sua escolha acertada na voz de Helena Bonham-Carter. E outros atores famosos deixam suas vozes aqui: Emily Watson, Tracey Ullman, Paul Whitehouse, Joanna Lumley, Albert Finney, Richard E. Grant, Christopher Lee, Michael Gough, Jane Horrocks, Enn Reitel, Deep Roy (o umpa-lumpa do remake de "Fantástica Fábrica...), Danny Elfman e Stephen Ballantyne.

O resultado só não é brilhante porque muita das piadas e referências do filme não são bem entendidas por todos. Isso pude comprovar na saída da sessão. Mas saíram satisfeitos, pois é uma formidável diversão. Isso prova que todos os erros do cineasta são ofuscados pelos seus sucessos retumbantes. E enquanto estiver assim, está bom. Até porque, Tim Burton é mesmo um gênio.


A NOTA É
9 / 10
E é aqui que me despeço.
Mando um abraço especial a todos aqueles que estão me ajudando a passar por esse baque.
Um abraço,
O Editor, ouvindo "Nada a declarar", do Ultraje a Rigor.
PS: FELIZ ANIVERSÁRIO, LUIZ FERNANDO! QUE TENHA MAIS 20 ANOS DE ALEGRIAS!

terça-feira, novembro 01, 2005

Filadélfia, de Jonathan Demme (1993)

Buenas!

Bem, estou de volta. De blog novo, com uma cara nova, tentando renovar. Mas confesso a todos que eu desanimei por um tempo. Mas, tomei coragem e resolvi voltar.
Mas, para poder marcar a volta, estarei comentando um filmaço, um grande sucesso de público e crítica. O filme que deu o primeiro Oscar ao grande Tom Hanks, e na minha opinião, o melhor de toda a carreira do ator. O filme foi indicado a 5 Oscars, vencendo além da disputa pela estatueta de Ator, a de Canção, para Bruce Springsteen. Um filme emocionante. Um filme brilhante. O filme é Filadélfia.



FILADÉLFIA
(Philadélphia, 1993)





Raramente um filme me emociona de verdade. São poucos aqueles que chegaram perto disso, e muito mais raros aqueles que conseguem realmente mexer com os meus brios. O último que conseguiu o feito foi "O Mundo de Andy" (de Milos Forman, 1999). Eis que um dia desses, de madrugada, estava em meu quarto quando vi uma chamada na TV, sobre um filme de grande sucesso, e que eu ainda não havia visto direito. Não havia terminado de ver. Decidi esperar pra ver, e agora relato aqui as minhas visões sobre o grande feito de Jonathan Demme depois do excelente "O Silêncio dos Inocentes" (1990), uma pelicula chamada Filadélfia.
Tudo se passa com Andrew Beckett, interpretado por Tom Hanks, que logo após ser promovido na firma de advocacia onde trabalha, é demitido sem maiores explicações. Ele logo então sugere que a causa de sua demissão foi o fato dele ser homossexual, e ainda por cima aidético. Então procura um outro advogado famoso, interpretado por Denzel Washington, para que este o ajude a processar a poderosa firma e seu chefe, aqui incorporado por Jason Robards; enquanto agoniza vitima da AIDS às vistas de sua familia e de seu parceiro, feito por Antonio Banderas.

Um filme extremamente bem feito, com as atuações fortes, em especial da dupla Hanks / Washington, já que entre eles o entendimento em cena é acima da média. O roteiro bem estruturado, emocionante e desafiador de Ron Nyswaner também merece ser aplaudido, reverenciado; perdeu o Oscar do ano somente porque concorria com O Piano (de Jane Campion). Outro aspecto do filme que o torna único são as suas canções, interpretadas por Bruce Springsteen e Neil Young: "Streets of Philadelphia" e "Philadelphia", respectivamente. As duas músicas são ótimas, mas a de Springsteen é de arrepiar. Do escambau mesmo.
A direção de Demme mais uma vez vem a calhar em um projeto. Já não consigo imaginar "O Silêncio dos Inocentes" sem a direção segura do cineasta; e agora não consigo imaginar como seria deste filme se não fosse o estilo peculiar de Jonathan. Ele tem todo um estilo próprio para mostrar a sua visão sobre a história. Um exemplo legal é a cena onde Hanks entra no consultorio do advogado feito por Denzel, e começa a conversar com ele pegando em objetos da sala. A câmera acompanha o personagem de Tom como se fosse a visão de Washington: prestando atenção onde o aidético passa a mão, preocupado com uma eventual contaminação. Só isso mostra toda o preconceito e medo que se tinha (e ainda existe!) com os portadores de HIV. Perfeito.
Hoje, passados dois dias da primeira vez que vi este filme, ainda não consigo tirar da cabeça o personagem mais denso do filme, Andrew Beckett. A sua coragem e determinação são fonte de esperança a todos aqueles que assistem ao filme. E só isso demonstra que o filme é excelente. Vencedor de dois Oscars (ATOR, para Tom Hanks; e Canção, para Bruce Springsteen), e indicado ainda nas categorias Maquiagem, feita por Carl Fullerton e Alan D'Angerio(perfeita; mas Hanks ajudou emagrecendo 12 quilos para o papel - perdeu o prêmio para "Uma Babá Quase Perfeita" (de Chris Columbus)), Canção (a de Neil Young, "Philadelphia"), e Roteiro Orginal.

Um filme no mínimo memorável, que entrou no meu TOP 5 de melhores filmes já feitos. Nunca mais esqueço essa atuação de Hanks. Achava que a melhor dele tinha sido em "Forrest Gump" (de Robert Zemeckis), mas felizmente descobri essa pérola do cinema. E o filme é até muito atual, já que o preconceito contra homossexuais e portadores de AIDS é tão forte quanto àquela época.


A NOTA DO FILME É
10 / 10



Bem, espero que tenha ficado do agrado de todos este novo blog. Um abraço a todos e até!!


O Editor, ouvindo "E Tu Come Stai?", de Renato Russo
(CD O Último Solo, de 1997)